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A riqueza de ideias no jogão entre Corinthians e Santos


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O empate sem gols não traduz a riqueza e nuance dos dois times num jogo cheio de alternativas e respostas.

P U B L I C I D A D E

Corinthians e Santos fizeram um duelo digno do clichê de que jogo bom não merece 0 a 0. Ainda que a Arena não tenha vistos gols, o jogo mostrou diversas ideias sendo executadas com clareza pelos jogadores e alternativas táticas que Sampaoli e Carille foram lançando ao longo da partida.

Santos muda para o 3-4-1-2 pensando no alto

Sabendo que o Corinthians tem uma jogada forte pelo alto, Sampaoli mudou o sistema do Santos para um 3-4-1-2. Alisson virou zagueiro pela direita, com Jean Lucas e Sánchez mais à frente. A ideia era anular os cruzamentos com três jogadores de boa estatura e impulsão dentro da área. Mesmo sem Gustagol, Boselli e Love representavam esse perigo de uma bola despretenciosa virar uma finalização.

 Santos veio a campo com três zagueiros — Foto: Leonardo Miranda

Santos veio a campo com três zagueiros — Foto: Leonardo Miranda

Corinthians anula ao jogo com os pés de Vanderlei

Carille sabia que o Santos tem uma saída de bola muito forte com Vanderlei. O intuito do goleiro sair jogando era chamar a pressão para si e deixar os pensadores do jogo santista livres. Quebrar essa conexão seria fundamental ao Corinthians. Por isso, o time imprimiu uma forte marcação nas opções de passe de Vanderlei. Os zagueiros não tinham condições de receber a bola, e sobrou ao goleiro a bola longa – foram 7 tentativas só no primeiro tempo.

 Pressão sufocante do Corinthians não deixou o Santos jogar — Foto: Leonardo Miranda

Pressão sufocante do Corinthians não deixou o Santos jogar — Foto: Leonardo Miranda

Ultra-compactação e pontas “matando” a amplitude do Santos

Quebrar a saída limpa do Santos era fundamental, mas a probabilidade do time encontrar um escape e chegar ao ataque posicionado era grande. O Corinthians se preparou para quebrar as triangulações e jogadas pelos lados. Para isso, se postou num 4-1-4-1 ultra-compacto, com os pontas Clayson e Pedrinho retornando junto aos laterais e o meio-campo pressionando os volantes santistas. Assim o time conseguia matar as viradas de jogo do Santos e afastava a bola da área. Uma ideia típica do DNA corintiano nos últimos 10 anos.

 Corinthians foi ultra-compacto quando se defendia — Foto: Leonardo Miranda

Corinthians foi ultra-compacto quando se defendia — Foto: Leonardo Miranda

 

Sampaoli responde com Jean Mota mais perto da base da jogada

A armadilha de Carille não deixou o Santos jogar. Foram 8 chutes corintianos, 4 certos, contra nenhum correto do Santos. Sampaoli se mexeu. Jean Mota foi jogar perto do círculo central, de frente para o jogo. A região é chamada “base da jogada”. É onde o ataque normalmente ganha cérebro e forma. Cueva e Rodrygo entraram e buscaram se posicionar entre a defesa e meio do Corinthians. Apostar no passe como elemento de condução aos jogadores mais rápidos e talentosos fez o duelo ficar mais equilibrado.

 Jean Mota foi jogar mais próximo dos zagueiros no segundo tempo — Foto: Leonardo Miranda

Jean Mota foi jogar mais próximo dos zagueiros no segundo tempo — Foto: Leonardo Miranda.

Cueva era o mais avançado do time com a bola e flutuava bastante por dentro com a posse. Um típico falso-nove, que tinha o o propósito de tirar os zagueiros de lugar saindo do lugar de onde estava para buscar jogo. Um exemplo disso é uma das chances de maior perigo, conquistada na insistência do camisa 8 de pressionar a saída de Cássio.

 Cueva foi um típico "falso-nove" e quase fez esse gol — Foto: Leonardo Miranda

Cueva foi um típico “falso-nove” e quase fez esse gol — Foto: Leonardo Miranda

Faltou mesmo o gol no futebol. Que como Parreira diria, é um detalhe. De fato, o gol é o produto mais difícil do jogo – por isso sai tão pouco, é tão comemorado e comentado. Santos e Corinthians mostraram que terem ideias claras para construí-los e também anulá-los. Um duelo tático de alto nível que entra para a lista dos melhores jogos do Brasil em 2019.

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