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Saúde

59% das famílias não incentivam os filhos à prática de exercícios


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Fatores comportamentais são as principais causas para a obesidade infantil, alerta especialista
Segundo dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), 41 milhões de crianças, menores de cinco anos de idade, estão acima do peso ou em quadro de obesidade. Ano passado, a entidade lançou novas diretrizes para lidar com este problema, que já é considerado epidemia global.
Para a pediatra Denise Lellis Garcia, a obesidade é um quebra-cabeças complexo. “Estudos já relacionaram a epidemia da obesidade infantil com causas genéticas, falta de aleitamento materno, uso de fórmulas infantis, tipo de parto, aumento do peso da mãe durante a gestação, estresse gestacional, peso ao nascer, microbiota intestinal e muitos outros. Mas, em minha opinião, as causas mais importantes são as comportamentais”, afirma a especialista.
De acordo com estudo sobre obesidade infantil realizado pelo portal Trocando Fraldas (TF), com 10 mil entrevistados, sendo 3,8 mil mães, foi mostrado que 4 em cada 9 mulheres começaram a introdução alimentar, além do leite materno, antes dos seis meses de vida da criança. Outro dado que chama a atenção é o de que 59% das famílias brasileiras não incentivam os filhos à prática de alguma atividade física. Entre as mulheres jovens, de 18 a 24 anos de idade, este percentual sobe para 69%.
Segundo o TF, o risco de obesidade em crianças que não são incentivadas a nenhuma atividade física aumenta em 50%. Cinco em cada 9 crianças têm o hábito de comer em frente a aparelhos eletrônicos. A pediatra acredita que um dos erros mais comuns cometidos pelos pais é o de oferecerem alimentos aos bebês sob a justificativa de que sentem vontade, já que a criança não pode sentir vontade de alimentos que sequer conhece:
“Outro erro é não respeitar os mecanismos de fome e saciedade da criança e compará-los aos de uma pessoa adulta, que come por impulso emocional também, sendo que os bebês só comem quando sentem fome. Outro erro é substituir os alimentos recusados pela criança por aqueles que ela aceita mais facilmente, sendo que para que a criança se acostume com determinado alimento pode levar tempo”.
Resultado de imagem para obesidade dos filhos
Fotos Google
Os pais são os culpados pela obesidade dos filhos?
Denise acredita que não basta culpabilizar os pais pela condição dos filhos. “Hoje, com a forte presença da mulher no mercado de trabalho, muitas crianças entram muito cedo na vida escolar ou são cuidadas por outras pessoas, como avós e babás. Temos que tomar esse cuidado quando nos referimos aos ‘pais’, porque na maioria das vezes não são eles que introduzem os alimentos errados na vida de seus filhos”, explica.
A pesquisa conduzida pelo Trocando Fraldas mostrou que entre as crianças acima de 2 anos de idade, 3 em cada 5 entrevistados reclamam do excesso de peso da criança. Para 61% dos entrevistados, os equipamentos eletrônicos representam um problema para as crianças.
E quanto à criança acima do peso, como lidar? A pediatra alerta que as críticas devem ser evitadas, assim como dietas radicais, sem intervenção médica: “Culpar menos e acolher mais a criança obesa, não submeter as crianças a dietas muitos restritivas, trabalhar sua autoestima, imagem corporal, possibilitar a redução do sedentarismo na vida das crianças, são ações tão ou mais importantes do que as intervenções dietéticas”.
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