
Um vídeo gravado em Aripuanã (MT) e enviado pelo biólogo, zoólogo e perito ambiental, Thiago Paiva mostra diversos banhistas feridos após ataques de piranhas no trecho do Balneário Oásis, no Rio Aripuanã. As imagens evidenciam cortes nos pés e pernas das vítimas e reforçam o alerta sobre o aumento populacional da espécie na região, identificado após mais de uma década de monitoramento ambiental.
Segundo Thiago Paiva, que realiza monitoramento ambiental no município há mais de dez anos, nos últimos três anos a presença de piranhas passou a ser registrada com maior frequência no Rio Aripuanã, especialmente nas áreas de águas rasas do Balneário Oásis. Os ataques a pessoas, de acordo com o especialista, começaram recentemente e ainda não há números oficiais sobre ocorrências.
Os episódios envolvem espécies de pequeno porte, que costumam frequentar águas rasas (os mesmos locais mais utilizados por banhistas), o que amplia o risco de acidentes. Durante atividades de coleta e pesquisa científica, o comportamento agressivo das piranhas foi observado de forma recorrente. “Elas atacam os peixes presos nas redes da nossa coleta e pesquisa, e muitas vezes sobram apenas as cabeças”, relatou.
O biólogo explica que o aumento é específico para Aripuanã, sobretudo em áreas acima das cachoeiras do rio, onde a presença das espécies Serrasalmus spilopleura (Piranha-doce) e Serrasalmus rhombeus (Piranha-preta) é considerada incomum. A situação sugere uma possível introdução antrópica, associada à ação humana, que contribuiu para a dispersão das piranhas na região.
Além do risco à população, o especialista alerta para o impacto à fauna aquática nativa. O comportamento predatório intensificado pode reduzir populações de peixes menores, provocar desequilíbrios no ecossistema e comprometer a biodiversidade do Rio Aripuanã, especialmente em áreas de reprodução.
Apesar de o aumento ser localizado, Thiago Paiva ressalta que ataques de piranhas são comuns neste período do ano em rios de todo o Mato Grosso, devido ao período reprodutivo da espécie e às altas temperaturas da água, que intensificam o instinto de defesa territorial. “Este caso é específico para Aripuanã. Mas ataque de piranhas é comum nesta época em todos os rios”, afirmou.
Diante do cenário, foi emitido um alerta de segurança para frequentadores do Balneário Oásis, baseado em monitoramentos realizados entre 2013 e 2025. O comunicado proíbe o descarte de alimentos na água e a limpeza de peixes no local, práticas que atraem cardumes e aumentam o risco de ataques.
🚫 NORMAS DE SEGURANÇA
- Não descarte alimentos: Restos de lanches e carnes atraem cardumes para as margens.
- Não limpe peixes no local: O sangue e vísceras estimulam a agressividade das piranhas.
- Evite vegetação: Aguapés e plantas aquáticas são zonas de desova. Mantenha distância.
- Atenção ao barulho: Batidas bruscas na água podem ser interpretadas como alimento.
ℹ️ RECOMENDAÇÕES
- Mantenha vigilância constante sobre crianças e idosos.
- Ao perceber “beliscões”, saia da água imediatamente e avise as autoridades.
- Prefira áreas com fundo limpo e boa circulação de água.
🆘 EM CASO DE MORDIDA
Evite novos ataques em sequência.
Use água limpa e sabão.
Faça compressão local com um pano limpo.
Urgente: Pode exigir sutura, vacinas e antibióticos.
O documento orienta ainda que os banhistas evitem áreas com vegetação aquática, como aguapés, consideradas zonas de desova, redobrem a atenção com crianças e idosos e evitem movimentos bruscos dentro da água. Ao perceber a presença de peixes ou pequenos ‘beliscões’, a recomendação é sair da água imediatamente e comunicar as autoridades.
Em caso de mordida, a orientação é deixar a água, lavar o ferimento com água limpa e sabão, estancar o sangramento e procurar atendimento médico imediato, já que as lesões podem exigir sutura, profilaxia contra infecções e reforço vacinal.
Em situações de emergência, a população deve acionar o Samu (192) ou o Corpo de Bombeiros (193).



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