Leandro Ferrari analisa como as políticas de privacidade das big techs em 2026 vão alterar indicadores, rastreamento e estratégias de crescimento digital.

As mudanças nas políticas de privacidade das big techs previstas para o próximo ano devem alterar profundamente a forma como empresas, criadores e marcas medem seus resultados no ambiente digital. A combinação de novas limitações de rastreamento, regras mais rígidas de uso de dados e maior pressão regulatória sobre plataformas como Apple, Meta, Google e TikTok indica uma transformação estrutural no que realmente será possível monitorar. O cenário aponta para um reposicionamento das métricas prioritárias e para o fim do modelo baseado unicamente em cookies e identificação individualizada.
No centro desse debate, Leandro Ferrari, estrategista digital e cofundador do grupo xFlow, é uma referência nacional na análise de crescimento, previsibilidade e estrutura em negócios digitais. Após mais de R$ 96 milhões movimentados em projetos de lançamento e centenas de mentorados que já ultrapassaram a marca dos sete dígitos, Ferrari acompanha de perto como as decisões das big techs impactam a mensuração de performance e o comportamento das empresas na economia digital.
De acordo com o relatório Data Privacy Benchmark 2024, publicado pela Cisco e amplamente utilizado como referência global, 94% das organizações afirmam que restrições de dados afetaram diretamente suas estratégias de marketing e mensuração, enquanto 95% acreditam que a privacidade se tornou um diferencial competitivo real. O estudo projeta que 2026 será o ano mais sensível para transição de métricas, à medida que novas regulações entram em vigor e as plataformas ajustam seus sistemas de entrega e atribuição.
Em contrapartida, surgem métricas focadas em qualidade de audiência, profundidade de relacionamento, retenção e comportamento agregado, e não mais individualizado. Ferrari destaca que a mensuração passará a exigir maturidade maior das empresas. Segundo ele, “a nova política de privacidade das plataformas força o mercado a abandonar dependências e construir modelos mais robustos de análise, que combinem dados próprios, comportamento real da audiência e métricas de longo prazo”.
A tendência segue a lógica dos movimentos regulatórios internacionais. Nos EUA, a Federal Trade Commission reforçou diretrizes para limitar o rastreamento invisível. Na Europa, o Digital Services Act e o GDPR continuam ampliando restrições de personalização individual. No Brasil, a LGPD avança com novas resoluções que exigem mais transparência e limites no uso de dados sensíveis.
Em 2026, métricas como profundidade de engajamento, consumo de conteúdo, taxa de recompra, tempo de retenção e evolução de comunidade devem ganhar protagonismo. Os algoritmos tendem a priorizar sinais agregados, como padrões coletivos de interação, e não mais históricos individuais. Segundo o especialista, “o foco deixa de ser rastrear tudo sobre cada pessoa e passa a ser interpretar corretamente o comportamento do grupo. Quem entender essa mudança terá vantagem competitiva nos próximos anos”, conclui Leandro Ferrari.
O movimento também incentiva estratégias baseadas em dados proprietários, como CRM, comunidades fechadas, jornadas de conteúdo próprias e testes internos estruturados. A mensuração passa a depender menos de relatórios automáticos das plataformas e mais da capacidade de cada empresa em cruzar dados de diversas fontes, mantendo conformidade com a legislação.

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