Cuiabá enfrenta, em 2025, a pior temporada de influenza dos últimos anos.
Os casos de gripe provocados pelos vírus influenza A e B deram um salto de mais de 1.000% entre moradores da capital, tornando-se o agente respiratório que mais cresceu neste ano, segundo o Boletim Epidemiológico de Vigilância dos Vírus Respiratórios no município de Cuiabá, divulgado nesta sexta-feira (7) pela Secretaria Municipal de Saúde.
O avanço colocou o vírus novamente no centro das atenções epidemiológicas e já provocou 15 mortes, entre eles 13 idosos, todos sem registro de vacinação recente, conforme o boletim referente ao período de 29 de dezembro de 2024 a 1º de novembro deste ano.
O número de casos de influenza entre residentes passou de 115 no ano passado para 1.268 em 2025, além de outros registros de pessoas atendidas em Cuiabá que não moram na cidade.
O volume coloca a influenza acima da Covid-19 em circulação geral, algo que não acontecia desde o início da pandemia.
CRIANÇAS - A influenza avançou em todas as idades, mas o impacto é especialmente forte entre crianças pequenas.
A faixa de 0 a 6 anos concentra mais da metade das infecções registradas em 2025.
O mesmo comportamento aparece no vírus sincicial respiratório (VSR), que provoca bronquiolite: dos 500 casos notificados, 478 são dessa faixa etária, ou seja, 95% atingem bebês e crianças pequenas.
COVID AINDA MATA - Ao contrário da influenza, a Covid-19 apresentou queda expressiva em Cuiabá.
Os casos despencaram 66%, passando de mais de quatro mil registros no ano passado para pouco mais de 1,4 mil em 2025 entre moradores.
Mesmo com a redução, a doença ainda aparece entre as principais causas de internação por síndrome respiratória grave (SRAG) e soma dezenas de mortes, especialmente entre pessoas com comorbidades.
A soma dos vírus respiratórios se reflete no indicador mais grave: as internações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG).
Em 2025, Cuiabá registrou 1.853 internações e 238 óbitos, sendo 150 de moradores da capital.
A taxa de letalidade da SRAG entre residentes é de 6,7%, uma das mais altas desde o início da série histórica.
MORTES POR INFLUENZA - Entre os óbitos investigados por influenza, 13 eram idosos.
Em todos os casos, não havia registro de vacinação contra o vírus no último ano.
A ausência de imunização transformou esses pacientes no grupo mais vulnerável às complicações da doença, especialmente pneumonias, insuficiência respiratória e descompensação de doenças crônicas.
A combinação de baixa adesão à vacina, maior circulação de pessoas e retorno de variantes que não circulavam com intensidade desde antes da pandemia explica o comportamento atípico da temporada de 2025.
ATENÇÃO - Com o período chuvoso e a chegada de frentes frias, a tendência é que a circulação de vírus respiratórios permaneça alta nas próximas semanas.
A Secretaria de Saúde pede atenção redobrada para crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas, que são os grupos que mais apresentam complicações.
Enquanto a Covid-19 perde força, a influenza e o VSR mostram que o ciclo dos vírus respiratórios segue em constante transformação e, em 2025, o alerta é claro: vacinação importa mais do que nunca.
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