Durante participação na COP 30, em Belém (PA), o governador Mauro Mendes (União Brasil) reagiu ao relatório do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que aponta Mato Grosso como o único estado da Amazônia Legal com aumento no desmatamento entre agosto de 2024 e julho de 2025. Mendes questionou a forma como os números foram produzidos e afirmou que houve mudança na metodologia de medição.
“No ano passado, Mato Grosso foi o estado que mais reduziu o desmatamento. Agora, mudaram o jeito de medir e colocaram na conta áreas afetadas por queimadas que, muitas vezes, não são provocadas por produtores, mas começam dentro de terras indígenas ou por causas externas”, disse o governador em entrevista à Jovem Pan.
Mendes criticou o que chamou de uso político dos dados ambientais, afirmando que as estatísticas acabam sendo manipuladas.
“O produtor não quer queimar nada. A palhada é o patrimônio dele. Dizer que o fazendeiro coloca fogo na própria lavoura é como afirmar que o dono de uma loja queimou o próprio estoque”, ironizou.
O governador destacou que Mato Grosso mantém mais de 60% de sua área total preservada, defendendo que o estado é exemplo mundial de equilíbrio entre produção e conservação ambiental.
“Nenhum país do planeta tem o que temos. Somos líderes na produção de alimentos e, ao mesmo tempo, mantemos a maioria do nosso território intacta. Isso é bom para o Brasil e para o mundo. Precisamos reconhecer isso, e não repetir o discurso de estrangeiros que falam mal de nós”, afirmou.
Mendes também comparou os índices brasileiros de preservação com os de outras nações.
“Olhem a França, os Estados Unidos, a Argentina, a China. Nenhum deles preserva o que o Brasil preserva. Mato Grosso é um estado produtor que ajuda na segurança alimentar global e ainda mantém florestas em pé. Isso deveria ser motivo de orgulho”, completou.
Dados do Inpe divulgados no final de outubro mostram que o desmatamento na Amazônia caiu 11% e no Cerrado 11,5%, mas cresceu 25% em Mato Grosso, contrariando a tendência nacional de redução. O governo federal atribui os avanços à intensificação das ações de fiscalização do Ibama e ICMBio e ao uso ampliado de imagens de satélite.
Já o governo estadual, por meio da Secretaria de Meio Ambiente (Sema-MT), afirma que, mesmo com a variação registrada, Mato Grosso ainda mantém queda expressiva de 86% no desmatamento em relação ao pico histórico de 2004, e defende que a metodologia federal não reflete com precisão a realidade local.
Assessoria

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