O comportamento on-line de crianças e adolescentes brasileiros têm mudado e os dados mais recentes reforçam a urgência de ampliar a proteção digital. O levantamento TIC Kids Online Brasil 2025, divulgado nesta quarta-feira (22) pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), mostra que crianças e adolescentes de 9 a 17 anos usam a inteligência artificial generativa para conversar sobre problemas pessoais ou emoções (10%) e 59%  recorrem à tecnologia para realizar pesquisas escolares ou estudar.  E que 45% das crianças e adolescentes tiveram contato com propaganda não apropriada para a idade, segundo declaração dos responsáveis.  

E este cenário brasileiro acompanha uma tendência global. De acordo com o ChildLight (2024), mais de 300 milhões de crianças, cerca de 12,6% da população infantil mundial, foram vítimas de exploração ou abuso sexual facilitado por tecnologia nos últimos meses, incluindo a produção ou distribuição não consentida de imagens e vídeos sexuais.  E uma pesquisa realizada pelo ChildFund no Brasil revelou que mais da metade dos adolescentes (54%) já foi vítima de violência na internet. 

Diante desses dados, o ChildFund reforça o alerta sobre os riscos do ambiente digital com a campanha “Os Monstros na Internet São Reais”. A iniciativa, lançada no mês de junho, em seis países da América Latina (Brasil, Bolívia, Equador, Guatemala, Honduras e México), busca conscientizar sobre violências como assédio, cyberbullying, grooming e exploração sexual on-line.

A metáfora dos “monstros” representa as ameaças virtuais que muitas vezes passam despercebidas: predadores digitais, conteúdos abusivos e manipulações disfarçadas de entretenimento ou amizade. A campanha oferece materiais educativos, vídeos e cursos gratuitos para apoiar pais, mães, cuidadores e educadores na identificação e prevenção desses riscos. Todo o conteúdo está disponível em: www.monstrosnainternetsaoreais.com.

SUGESTÃO DE ENTREVISTA

O presidente executivo do ChildFund no Brasil, Mauricio Cunha, está à disposição para entrevistas e reforça a importância de mobilizar toda a sociedade para garantir a proteção on-line infantojuvenil.

Fotos