Manter o peso sob controle é importante para reduzir a chance de desenvolver tumores mamários, alerta nutróloga


Neste Outubro Rosa, mês dedicado à conscientização sobre o câncer de mama, a nutróloga Sabrina Guerreiro reforça que manter o peso sob controle pode ser uma medida tão importante quanto realizar exames de rotina, como o autoexame das mamas e a mamografia, e consultar regularmente um ginecologista. 

O International Agency for Cancer Research estabeleceu uma relação entre excesso de peso e 13 tipos de câncer em humanos, incluindo o câncer de mama em mulheres na menopausa. Segundo o estudo, o risco para o câncer de mama aumenta 13% para cada 5 pontos de Índice de Massa Corpórea (IMC) acima de 25 kg/m² em mulheres na pós-menopausa. A pesquisa ainda aponta que 8% dos cânceres de mama no Reino Unido são causados por sobrepeso ou obesidade. 

“Estudos mostram que a gordura corporal está associada a maiores níveis de hormônios sexuais. O fato de o tecido adiposo produzir estrogênio, pode explicar, em parte, a relação entre aumento da gordura corporal e o risco para o câncer de mama”, explica a médica, coordenadora clínica de Terapia Nutricional e Nutróloga do Hospital Badim/ Rede D’Or, do Rio de Janeiro.

Além do impacto hormonal, a obesidade também está relacionada a processos inflamatórios crônicos e resistência à insulina, fatores que podem favorecer o aparecimento da doença.

“As células adiposas produzem um hormônio, chamado de leptina, que é um dos responsáveis pelo estado de inflamação crônica na obesidade e está relacionado a um maior risco de câncer de mama. Quando há disfunção nesse hormônio e desregulação celular, cria-se um estado inflamatório que, associado a outros fatores, como resistência à insulina, favorece o surgimento de tumores”, detalha a médica.

Alta incidência de câncer de mama

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é o tipo mais comum entre mulheres no Brasil, excluindo o de pele não melanoma, com mais de 73 mil novos casos estimados para 2025. A incidência aumenta com a idade, e a maior parte dos casos ocorre a partir dos 50 anos. Ao mesmo tempo, o cenário de pessoas com sobrepeso e obesidade no país é preocupante. Segundo o Atlas da Federação Mundial da Obesidade (WOF, na sigla em inglês), 68% da população brasileira adulta vive com sobrepeso e 31% com obesidade.

Hábitos saudáveis e equilíbrio

Segundo um estudo do Iowa Women’s Health Center, a perda de peso pode reduzir o risco de câncer de mama. A pesquisa mostrou que o emagrecimento em mulheres na faixa dos 30 anos até a menopausa diminuiu a chance de desenvolver a doença em 64% na pós-menopausa. Nas mulheres que perderam peso já na pós-menopausa, o risco baixou em 40%.

Para quem tem histórico familiar de câncer de mama ou outros fatores de risco, a adoção de hábitos saudáveis deve começar o quanto antes, indica a nutróloga: “Não se trata de dietas restritivas, mas de equilíbrio e regularidade. Alimentação rica em fibras e vegetais, redução do açúcar e das gorduras ultraprocessadas, sono adequado e atividade física frequente são pilares fundamentais”.

Sabrina destaca que pequenas mudanças gradativas são mais eficazes do que transformações radicais. “O ideal é buscar estratégias sustentáveis e acompanhamento profissional, especialmente quando há dificuldade em perder peso sozinha. Cuidar da alimentação e do peso corporal também é um ato de prevenção”, aconselha.

Sobre Sabrina Guerreiro

A nutróloga Sabrina Guerreiro é especialista na condução de processos de emagrecimento, Médica formada pela Universidade Federal Fluminense, Sabrina possui título de especialista em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia e atua como coordenadora Clínica da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional e nutróloga do Hospital Badim/ Rede D’Or. Saiba mais aqui.



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