Nestes quarenta anos de profissão, dei modestas contribuições para a vitória de muitos políticos. Alguns se apresentavam como competitivos; outros, sequer acreditavam nas próprias chances — e, ainda assim, venceram.

Nunca esqueci um deles: no auge da sua solene arrogância, afirmou, com todas as letras, que não me devia nada, já que havia pago pelo trabalho. É verdade — os votos que o elegeram vieram do eleitor. Ainda assim, lembro-me de quantas vezes, durante a campanha, ele se desanimava com as pesquisas ruins, e, em todas essas ocasiões, eu o lembrava de que as eleições se decidem na véspera. Injetando novo ânimo para que não desistisse.

Outro político, com quem caminhei numa jornada governamental dura, simplesmente me ignorou após a vitória. Aliás, membros da própria família chegaram a me perseguir. Faz parte da vida de quem trabalha nas coxias das campanhas — onde o esforço é invisível e o reconhecimento, efêmero.

Faço este relato para destacar, por contraste, a forma gentil, humana e respeitosa com que o prefeito da capital, Léo Moraes, tem me tratado. No aniversário da cidade, ele me presenteou com a maior comenda do município — e o fez por iniciativa própria, sem pedido, sem intermediação, apenas movido pela consideração pessoal.

Lembro-me vivamente do momento. Ao me entregar a comenda, Léo fez questão de dizer que a homenagem era um reconhecimento a quem dedicou a vida à cidade e à política com seriedade e fé no diálogo. Disse ainda que as conquistas de Porto Velho são, em parte, fruto do trabalho silencioso de muitos que acreditaram no futuro da capital — palavras simples, mas que tocaram fundo.

Na última campanha, minha contribuição foi modesta, mas sempre acreditei em seu sucesso eleitoral — e ele veio, com uma vitória retumbante. O gesto de Léo Moraes permanecerá na minha memória, não apenas pelo brilho da honraria, mas pelo significado e simbolismo de gratidão e reconhecimento que carrega.

Não esperava tal deferência. Conheço bem a alma dos políticos e sei que, em sua maioria, são frios, distantes e indiferentes com os que os ajudam na caminhada: são relações superficiais, interesseiras e passageiras. Léo Moraes é a exceção que reacende a crença na amizade, na lealdade e no respeito como valores ainda possíveis na política.

Agradeço de coração pela homenagem e registro aqui minha convicção: meu amigo Léo Moraes será não apenas um grande prefeito, mas um líder que sabe valorizar as pessoas — antes, durante e depois do poder. Um dia (não muito longe) ainda governará o estado com o mesmo denodo. Se depender deste voto pode comprar a fatiota. Nunca fui de cultuar horarias, mas esta medalha significa muito e renova minha admiração por quem a concedeu.