Óleos essenciais podem auxiliar na cognição, humor e sono de pacientes idosos com doenças neurodegenerativas
Pesquisas recentes demonstram que a estimulação olfativa noturna com óleos essenciais pode elevar a capacidade cognitiva em até 226 % em adultos mais velhos, com melhora também na integridade de caminhos neurais associados à memória e ao aprendizado.
A Dra. Talita Pavarini, enfermeira doutora com especialização em práticas integrativas e atuação no campo da aromaterapia clínica, coordena projetos de pesquisa e oferece capacitações para profissionais da saúde, consolidando-se como autoridade no uso terapêutico de aromas em contextos de cuidado, especialmente entre populações idosas.
No contexto da demência e de distúrbios como Parkinson, a aromaterapia surge como aliada potencial no manejo de sintomas não motores, como agitação, insônia, ansiedade e mau humor. Já no quadro de demência, especialmente Alzheimer, surgem comprometimentos progressivos da memória, orientação e comunicação. Introduzir aromas terapêuticos pode oferecer estímulo sensorial, favorecer relaxamento e auxiliar no equilíbrio emocional desses pacientes. “Quando usamos aromas de lavanda, bergamota ou vetiver em ambiente controlado, observamos respostas mais silenciosas, mas com impacto no estado emocional do idoso”, relata a especialista em aromaterapia.
No uso prático, recomenda-se difusores ultrassônicos e sem filtro, por período de tempo controlado, preferencialmente à noite, para reduzir a carga sensorial e permitir respostas neurológicas mais efetivas. A exposição deve ser gradual, com avaliação individual da tolerância e aceitabilidade do óleo essencial, assim como a verificação de eventuais contraindicações (alergias, sensibilidade respiratória, uso de medicamentos, estágio da doença). Também é essencial que os profissionais de saúde envolvidos sejam treinados para monitorar reações e ajustar protocolos. A aromaterapia deve ser vista como terapia complementar e intragrativa, com olhar para o físico e o emocional, nunca substituindo intervenções médicas ou reabilitadoras.
Há evidências de que o uso regular e controlado de estímulos olfativos pode modular neuroinflamação, reduzir estresse oxidativo, equilibrar neurotransmissores e fornecer suporte à plasticidade neural em ambientes já afetados por doenças neurodegenerativas. Obviamente, se faz necessário continuar pesquisas que avaliem todas as esferas que o uso dos óleos essenciais podem contribuir para pacientes com demência e Parkinson.
Implementar essa estratégia no âmbito institucional como em instituições de longa permanência, ou setores hospitalares destinados a este público exige diretrizes claras, supervisão técnica e acompanhamento contínuo de resultados. A integração da aromaterapia com terapias cognitivas, fisioterapia e suporte psicossocial pode potencializar benefícios e promover bem‑estar integral. Como afirma a Dra. Talita Pavarini: “O aroma é uma ponte silenciosa entre o corpo e a memória; bem aplicado, ele ajuda quem já perdeu pontos importantes de conexão a 'lembrar' de viver com dignidade”.
0 Comentários