A Associação dos Municípios da Bacia do Médio São Francisco (Ammesf) chama a atenção da população e dos gestores municipais de saúde para o crescimento expressivo dos casos de hepatite A em todo o país.
De acordo com o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais do Ministério da Saúde, o número de registros da doença aumentou 54,5% em comparação ao ano anterior, passando de 1,1 para 1,7 caso por 100 mil habitantes. O aumento está relacionado principalmente ao crescimento das relações sexuais sem proteção e ao consumo de água e alimentos contaminados.
Em 2024, a maioria das Unidades da Federação registrou taxas próximas de 0,5 caso por 100 mil habitantes, mas alguns estados apresentaram índices significativamente superiores, como Mato Grosso do Sul (6,0), Paraná (5,7), Rio de Janeiro e Distrito Federal (2,8), São Paulo (2,5), Santa Catarina (2,0), Goiás e Rio Grande do Sul (1,8), Minas Gerais (1,2) e Acre (1,0).
A faixa etária mais afetada em número de óbitos é a de pessoas com 60 anos ou mais, com 27 mortes registradas em todo o país. Os dados mostram oito óbitos nas regiões Nordeste e Sul, sete no Sudeste, dois no Norte e dois no Centro-Oeste.
A hepatite A é uma infecção viral que atinge o fígado e se transmite principalmente por via fecal-oral, seja pelo consumo de água ou alimentos contaminados, seja pelo contato direto com pessoas infectadas. Os principais sintomas incluem febre, cansaço, náuseas, dor abdominal, icterícia e alterações na urina e nas fezes.
Embora não exista tratamento específico, a doença costuma ser autolimitada, com recuperação garantida por meio de repouso, hidratação e acompanhamento médico.
A vacinação, disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), é a forma mais eficaz de prevenção. A imunização é feita em dose única, preferencialmente aos 15 meses de idade, podendo ser aplicada em crianças de 12 meses até 4 anos, 11 meses e 29 dias.
Além das crianças, a vacina é indicada para pessoas que vivem com HIV ou com hepatites B e C, pacientes transplantados ou imunossuprimidos e usuários de PrEP (Profilaxia Pré-Exposição ao HIV).
O Serviço de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde da Santa Casa BH (SCIRAS) e a Sociedade Brasileira de Infectologia reforçam medidas básicas de prevenção, como higienizar as mãos, lavar bem os alimentos, cuidar da qualidade da água consumida e usar preservativos nas relações sexuais.
A AMMESF reforça que o enfrentamento à hepatite A depende de conscientização, vacinação e cuidados diários de higiene, especialmente nas comunidades mais vulneráveis.
Com informações do Serviço de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde da Santa Casa BH (SCIRAS) e Sociedade Brasileira de Infectologia
Fonte: Associação Mineira de Municípios (AMM) | Assessora técnica de Saúde da AMM, Juliana Marinho, WhatsApp (31) 2125-2400.
Foto: Freepik


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