
A deputada estadual Janaina Riva (MDB) criticou a declaração do governador Mauro Mendes (União), que descartou a criação de uma Delegacia da Mulher 24 horas em Várzea Grande sob a justificativa de alto custo e da proximidade da cidade com Cuiabá. Em vídeo publicado nas redes sociais neste sábado (27.09), a parlamentar classificou a fala como desrespeitosa às vítimas de violência e cobrou prioridade no orçamento estadual para a proteção das mulheres.
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“O que vale mais? A vida de uma mulher ou a diversão de poucos no Parque Novo Mato Grosso? Essa é a pergunta que fica quando a gente vê uma fala como essa”, disse. “O Estado mais rico do Brasil tem dinheiro para construir um parque de R$ 2 bilhões, mas considera um ônus muito caro proteger as mulheres várzea-grandenses”, afirmou.
Mendes havia dito que “não é doloroso sair de Várzea Grande para ir a Cuiabá” em busca de atendimento, e que a instalação de delegacias 24 horas em todos os municípios seria insustentável financeiramente. Atualmente, a Delegacia da Mulher em Várzea Grande funciona apenas em horário comercial, obrigando vítimas a se deslocarem até Cuiabá em ocorrências noturnas e nos fins de semana.
Riva rebateu diretamente a fala do governador. “Várzea Grande não é um puxadinho de Cuiabá, é a segunda maior cidade do estado. E dói ouvir do nosso chefe maior, que deveria nos proteger, que não é doloroso atravessar a ponte. Não é doloroso apanhar? Não é doloroso sangrar? Não é doloroso ser estuprada?”, questionou.
A deputada também defendeu que a Assembleia Legislativa inclua no orçamento recursos para a delegacia de 24 horas, além de unidades da Politec e do IML em Várzea Grande. “As crianças e mulheres estupradas ficam durante a noite dentro de um carro de polícia circulando para lá e para cá. Isso é uma vergonha”, disse.
No mês passado, a parlamentar já havia criticado o Executivo por não aplicar os R$ 500 mil previstos no orçamento de 2024 para enfrentamento da violência contra a mulher. Os recursos, segundo ela, foram remanejados. Até agosto deste ano, Mato Grosso já registrava 36 feminicídios, um aumento de 37% em relação ao mesmo período de 2024.
“É agir. É a Assembleia, presidida pelo Max, fazer uso do orçamento para proteger todas nós, mulheres, crianças, famílias que merecem ser respeitadas”, concluiu.
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