Principal corredor viário do Estado ainda tem pontos historicamente preocupantes quanto à letalidade dos acidentes e as mortes ainda não diminuíram
Natacha Wogel
Foto: Leiagora/Agora Pod
O principal corredor rodoviário de Mato Grosso, a BR-163, que compreende 1.298 quilômetros dentro do território estadual, é o ponto de maior atenção da Polícia Rodoviária Federal (PRF), mesmo diante dos trechos já duplicados. Inclusive, a disponibilidade de mais pistas dos dois lados da rodovia tem causado mais acidentes nos trechos que já eram preocupantes, do ponto de vista de sinistros, conforme o superintendente da PRF em Mato Grosso, Arthur Nogueira. Em entrevista ao Agora Pod, o policial disse que a imprudência do condutor em pistas duplicadas tende a ser maior, pelo emprego de mais velocidade.
"Em termos de volume de veículos e característica, ela (BR-163) é a mais desafiadora, sem dúvida nenhuma. Porque parte dela é simples, diferente da BR-364, e o número de veículos de carga é muito grande circulando... Quando você pega os acidentes, a grande parte deles, a causa é a velocidade, por que? Quando você melhora o pavimento, sobretudo a duplicação, que implica um canteiro central dividindo as pistas, o motorista de automóvel, de motocicleta da alta cilindrada, ele se sente mais seguro. Então, ele vai exceder a velocidade”, esclareceu.
Nogueira revelou que, no trecho entre Posto Gil, em Diamantino (181 km de Cuiabá), até Nova Mutum (241 km de Cuiabá), onde as pistas já foram duplicadas, há uma região mais tensa quanto às ocorrências de trânsito, entre os KMs 507 e 607. Ele lembrou que algo semelhante também acontecia na BR-364/163, no sentido sul, onde havia um volume grande de acidentes.
"No mesmo exemplo da Serra de são Vicente entra o trecho entre Jaciara e Rondonópolis, que também foi duplicado, era uma rodovia muito desafiadora, porque é a 163 e 364. Está também o trecho que vai do Posto Gil, em Diamantino, que vai até Nova Mutum, que são os 100 km duplicados. Nós temos o levantamento dos nossos sistemas de sinistro, que é no KM 507 ao 607. Nós tivemos um aumento, em 2025, de acidentes, e isso acendeu pra nós um alerta para nós buscarmos as causas".
Em 2024, informou o PRF, o número de acidentes subiu de 56 para 63 neste ano, e as mortes também subiram no trecho. "Quando você vai para o número de mortes, nós tivemos de seis pra sete mortes, aumentou uma morte, no mesmo período do primeiro semestre, em relação a 2024. E o número de feridos, que aumentou considerável, de 43 para 89, que foi esse trecho que o governo do Estado fez a entrega”, pontuou.
A concessionária Nova Rota, que gerencia a BR-163 por mais de 850, da porção sul (Itiquira) até o município de Sinop, registrou, na via, uma queda em acidentes fatais de 83% entre 2023 e 2024. Quando comparado o voltue de acidentes letais no primeiro semestre deste ano, com o mesmo período de 2023, a redução foi 92%. Porém, os dados compreendem trechos distintos ao apresentado pelo inspetor da PRF.
Segundo Nogueira, porém, a rodovia que é mais preocupante em termos de letalidade em Mato Grosso é a BR-174, que sai de Cáceres (218 km de Cuiabá) até o município de Vila Bela da Santíssima Trindade (521 km de Cuiabá), passando por Pontes e Lacerda. Conforme o inspetor da PRF, 20% dos acidentes fatais de Mato Grosso ocorreram nela, no ano passado.
“Mas quando você vê em letalidade, a rodovia mais letal foi a 174, que pega de Cáceres sentido Pontes e Lacerda. Então, ali, pelo número de acidentes, matou 20%. Já a 163 /364 não passou de 11% no ano todinho, em 2024", acrescentou.
Acende ainda o alerta da PRF a BR-070, que tem se comportado atipicamente no primeiro semestre deste ano.
“Esse primeiro semestre já temos um cenário diferente: a preocupação é a 070. Aí ela pega da Serra de São Vicente e vai até Barra do Garças, na divisa com Goiás. Tem um trechinho aqui que é a antiga Rodovia dos Imigrantes, que vai do Distrito Industrial até o Trevo do Lagarto. Depois ela segue sentindo Cáceres, que tem registrado alguns acidentes próximos à Serra do Mangaval. Esse trecho, somado ao trecho de General Carneiro até Barra do Garças, que é um trecho bastante sinuoso, tem ocorrido acidentes fatais. E isso tá fazendo com que, já no primeiro semestre, hoje, seja a mais letal em termos de acidentes graves”.
Corrida na rodovia
Neste domingo (27), a PRF realiza a primeira corrida de rua em rodovia, em trecho das BRs 163 e 364 sobreposto, na saída de Cuiabá com destino a Rondonópolis (212 km de Cuiabá). O Circutio RUN PRF, que já entra na comemoração dos 97 anos da instituição, rumo aos eventos do centenário, terá 1,4 mil corredores e toda a renda arrecadada com o evento será doada a duas instituições que atuam na causa animal. Conforme o superitendente, foi uma forma que a corporação encontrou para homenagear o corpo de cães farejadores que a compõe.
"Nossos cães farejadores colocam Mato Grosso em segundo lugar de apreensão de cocaína do país, só perde para nosso vizinho, Mato Grosso do Sul, porque está lá na 'boca' da entrada, entre Paraguai e Bolívia. Assim, essa foi uma forma que encontramos para homenageá-los", destacou.
Confira a entrvista completa
"Em termos de volume de veículos e característica, ela (BR-163) é a mais desafiadora, sem dúvida nenhuma. Porque parte dela é simples, diferente da BR-364, e o número de veículos de carga é muito grande circulando... Quando você pega os acidentes, a grande parte deles, a causa é a velocidade, por que? Quando você melhora o pavimento, sobretudo a duplicação, que implica um canteiro central dividindo as pistas, o motorista de automóvel, de motocicleta da alta cilindrada, ele se sente mais seguro. Então, ele vai exceder a velocidade”, esclareceu.
Nogueira revelou que, no trecho entre Posto Gil, em Diamantino (181 km de Cuiabá), até Nova Mutum (241 km de Cuiabá), onde as pistas já foram duplicadas, há uma região mais tensa quanto às ocorrências de trânsito, entre os KMs 507 e 607. Ele lembrou que algo semelhante também acontecia na BR-364/163, no sentido sul, onde havia um volume grande de acidentes.
"No mesmo exemplo da Serra de são Vicente entra o trecho entre Jaciara e Rondonópolis, que também foi duplicado, era uma rodovia muito desafiadora, porque é a 163 e 364. Está também o trecho que vai do Posto Gil, em Diamantino, que vai até Nova Mutum, que são os 100 km duplicados. Nós temos o levantamento dos nossos sistemas de sinistro, que é no KM 507 ao 607. Nós tivemos um aumento, em 2025, de acidentes, e isso acendeu pra nós um alerta para nós buscarmos as causas".
Em 2024, informou o PRF, o número de acidentes subiu de 56 para 63 neste ano, e as mortes também subiram no trecho. "Quando você vai para o número de mortes, nós tivemos de seis pra sete mortes, aumentou uma morte, no mesmo período do primeiro semestre, em relação a 2024. E o número de feridos, que aumentou considerável, de 43 para 89, que foi esse trecho que o governo do Estado fez a entrega”, pontuou.
A concessionária Nova Rota, que gerencia a BR-163 por mais de 850, da porção sul (Itiquira) até o município de Sinop, registrou, na via, uma queda em acidentes fatais de 83% entre 2023 e 2024. Quando comparado o voltue de acidentes letais no primeiro semestre deste ano, com o mesmo período de 2023, a redução foi 92%. Porém, os dados compreendem trechos distintos ao apresentado pelo inspetor da PRF.
Segundo Nogueira, porém, a rodovia que é mais preocupante em termos de letalidade em Mato Grosso é a BR-174, que sai de Cáceres (218 km de Cuiabá) até o município de Vila Bela da Santíssima Trindade (521 km de Cuiabá), passando por Pontes e Lacerda. Conforme o inspetor da PRF, 20% dos acidentes fatais de Mato Grosso ocorreram nela, no ano passado.
“Mas quando você vê em letalidade, a rodovia mais letal foi a 174, que pega de Cáceres sentido Pontes e Lacerda. Então, ali, pelo número de acidentes, matou 20%. Já a 163 /364 não passou de 11% no ano todinho, em 2024", acrescentou.
Acende ainda o alerta da PRF a BR-070, que tem se comportado atipicamente no primeiro semestre deste ano.
“Esse primeiro semestre já temos um cenário diferente: a preocupação é a 070. Aí ela pega da Serra de São Vicente e vai até Barra do Garças, na divisa com Goiás. Tem um trechinho aqui que é a antiga Rodovia dos Imigrantes, que vai do Distrito Industrial até o Trevo do Lagarto. Depois ela segue sentindo Cáceres, que tem registrado alguns acidentes próximos à Serra do Mangaval. Esse trecho, somado ao trecho de General Carneiro até Barra do Garças, que é um trecho bastante sinuoso, tem ocorrido acidentes fatais. E isso tá fazendo com que, já no primeiro semestre, hoje, seja a mais letal em termos de acidentes graves”.
Corrida na rodovia
Neste domingo (27), a PRF realiza a primeira corrida de rua em rodovia, em trecho das BRs 163 e 364 sobreposto, na saída de Cuiabá com destino a Rondonópolis (212 km de Cuiabá). O Circutio RUN PRF, que já entra na comemoração dos 97 anos da instituição, rumo aos eventos do centenário, terá 1,4 mil corredores e toda a renda arrecadada com o evento será doada a duas instituições que atuam na causa animal. Conforme o superitendente, foi uma forma que a corporação encontrou para homenagear o corpo de cães farejadores que a compõe.
"Nossos cães farejadores colocam Mato Grosso em segundo lugar de apreensão de cocaína do país, só perde para nosso vizinho, Mato Grosso do Sul, porque está lá na 'boca' da entrada, entre Paraguai e Bolívia. Assim, essa foi uma forma que encontramos para homenageá-los", destacou.
Confira a entrvista completa
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