Causa de quase metade das ocorrências de cegueira no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, e com cirurgia eficaz em 95% dos casos, a catarata é uma das doenças oculares mais comuns e, mesmo assim, ainda cercada de dúvidas. Como ela ganha destaque no Agosto Cinza, mês de conscientização, o médico oftalmologista, Andresson Figueiredo, do Oftalmos, explica os sintomas, o tratamento e os principais questionamentos dos pacientes.
1. O que é a catarata e como ela afeta a visão das pessoas? 
A catarata é quando o cristalino, que é a lente natural do nosso olho, começa a ficar opaco. É como se você tivesse uma janela de vidro embaçada dentro do olho. Normalmente, o cristalino é transparente e ajuda a focar a luz na retina, mas com a catarata, ele perde essa transparência. Isso faz a visão ficar embaçada, com cores menos vivas, além de dificuldade para enxergar à noite, sensibilidade à luz ou até círculos ao redor de luzes, como faróis de carros. Em casos mais avançados, pode chegar a uma perda importante da visão, atrapalhando tarefas do dia a dia, como ler, dirigir ou até reconhecer rostos. A boa notícia é que a cirurgia de catarata é muito eficaz e pode devolver uma visão nítida ao paciente. 
2. Por que a campanha leva o nome Agosto Cinza e qual é o objetivo principal dessa iniciativa? 
O nome Agosto Cinza vem da aparência que a catarata pode causar na pupila em estágios avançados, quando ela fica com um tom acinzentado ou esbranquiçado. A campanha é uma iniciativa para conscientizar as pessoas sobre a importância de prevenir, diagnosticar e tratar a catarata. O objetivo principal é incentivar consultas regulares com o oftalmologista, especialmente para quem tem mais de 50 anos, ou outros fatores de risco, e mostrar que a catarata é tratável. Queremos que as pessoas saibam que não precisam conviver com a visão embaçada e que o diagnóstico precoce faz toda a diferença. 
3. Quais são os principais sinais e sintomas que indicam o desenvolvimento de uma catarata? 
Os sintomas da catarata costumam aparecer aos poucos. O mais comum é a visão embaçada, como se tivesse uma névoa ou véu na frente dos olhos. Outros sinais incluem dificuldade para enxergar à noite e sensibilidade ao clarão de luzes. Algumas pessoas notam que precisam trocar os óculos com mais frequência porque a visão não melhora com as lentes antigas. Em casos mais raros, pode haver visão dupla em um olho só. Se alguém perceber esses sinais, é hora de marcar uma consulta com o oftalmologista para avaliação. 
4. Existe algum grupo de risco mais propenso a desenvolver catarata? 
Sim, a catarata é mais comum em algumas situações. A idade é o principal fator de risco, já que ela tende a aparecer depois dos 50 ou 60 anos, porque o cristalino vai envelhecendo naturalmente. Além disso, pessoas com diabetes têm maior chance de desenvolver catarata, às vezes até mais cedo. Outros fatores incluem exposição prolongada ao sol sem proteção, como óculos com filtro UV, uso crônico de medicamentos como corticoides, tabagismo, consumo excessivo de álcool e histórico familiar de catarata. Traumas oculares também podem desencadear o problema. Por isso, quem está nesses grupos deve redobrar a atenção com check-ups oftalmológicos. 
5. Com que frequência as pessoas, principalmente após os 50 anos, devem fazer exames oftalmológicos para prevenir complicações? 
A partir dos 50 anos, o ideal é fazer uma consulta oftalmológica completa pelo menos uma vez por ano. Nessa idade, além da catarata, outras condições como glaucoma e degeneração macular podem aparecer, e o diagnóstico precoce é crucial. Se a pessoa tem diabetes, histórico familiar de doenças oculares ou usa medicamentos como corticoides, pode ser necessário ir ao oftalmologista a cada seis meses ou conforme a orientação médica. Mesmo sem sintomas, esses exames ajudam a identificar problemas antes que eles afetem a visão de forma significativa. 
6. Quando a cirurgia de catarata é indicada e quais fatores o médico considera antes de recomendar o procedimento? 
A cirurgia de catarata é indicada quando a condição começa a impactar a qualidade de vida do paciente. Não é só sobre o quanto a catarata está avançada, mas sobre como ela afeta o dia a dia. Antes de recomendar a cirurgia, avalio alguns fatores como o grau de opacidade do cristalino, a acuidade visual, a presença de outros problemas oculares (como glaucoma ou problemas na retina) e a saúde geral do paciente. Também converso bastante com a pessoa para entender suas expectativas e necessidades visuais, porque isso ajuda a decidir o tipo de lente intraocular que vamos usar. A ideia é garantir que a cirurgia traga o melhor resultado possível. 
7. Como é realizada a cirurgia de catarata atualmente e quais são as tecnologias mais modernas utilizadas nesse processo? 
Hoje, a cirurgia de catarata é um procedimento bem avançado e seguro, chamado facoemulsificação. Fazemos uma pequena incisão no olho, geralmente menor que três milímetros, e usamos um aparelho de ultrassom para fragmentar e aspirar o cristalino opaco. Depois, implantamos uma lente intraocular artificial, que substitui o cristalino e restaura a visão. Aqui no hospital Oftalmos, usamos tecnologias de ponta, como sistemas de facoemulsificação de última geração, que são precisos, e lentes intraoculares premium, que podem corrigir até problemas como astigmatismo ou presbiopia, reduzindo a dependência de óculos. Temos ainda equipamentos de imagem, como tomografia de coerência óptica (OCT), que ajudam no planejamento cirúrgico. Em alguns casos, usamos laser de femtosegundo, que torna o procedimento ainda mais efetivo. Tudo isso é feito com anestesia local, geralmente em menos de 20 minutos por olho, e o paciente vai para casa no mesmo dia. Realizamos um volume significativo de cirurgias de catarata, atendendo pacientes de Balneário Camboriú, Itajaí e região, com uma média de 900 procedimentos por ano. 
8. Como é o período de recuperação após a cirurgia e quais cuidados são fundamentais? 
A recuperação da cirurgia de catarata é geralmente rápida. A maioria dos pacientes já percebe uma melhora na visão nas primeiras 24 a 48 horas, mas a estabilização completa pode levar algumas semanas. Os cuidados pós-operatórios são simples, mas essenciais: usar os colírios prescritos, geralmente antibióticos e anti-inflamatórios, exatamente como orientado; evitar esfregar os olhos, não levantar peso ou fazer atividades intensas por cerca de 15 dias e usar óculos de proteção ou um protetor ocular, especialmente à noite, para evitar traumas. Também é importante evitar exposição à poeira ou ambientes com risco de infecção, como piscinas, nas primeiras semanas. Consultas de acompanhamento ajudam a garantir que tudo está evoluindo bem. Seguindo essas orientações, a chance de um resultado visual excelente é altíssima. 
9. Que mensagem gostaria de deixar para a população sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento da catarata, especialmente durante o Agosto Cinza? 
A catarata não é algo que as pessoas precisam temer. Com os avanços da medicina oftalmológica, temos ferramentas incríveis para diagnosticar e tratar essa condição com segurança e precisão. Além disso, no Oftalmos, em Balneário Camboriú e Itajaí, nossa equipe está sempre pronta para acolher os pacientes, tirar dúvidas e oferecer o melhor cuidado. E, aproveitando o Agosto Cinza, quero convidar todos a conversarem com familiares e amigos sobre a importância de cuidar da saúde dos olhos. Minha mensagem é: não deixe a catarata tirar a alegria de enxergar o mundo com clareza. A catarata é uma condição tratável e, quanto mais cedo for diagnosticada, melhor. Não espere a visão ficar muito comprometida para procurar um oftalmologista. Uma consulta simples pode mudar tudo, devolvendo a independência e a qualidade de vida. Então, se você tem mais de 50 anos ou sente qualquer dificuldade visual, marque uma consulta. Cuidar dos olhos é cuidar da vida. 
Sobre o Oftalmos   
Fundado há quase 20 anos, o Oftalmos Hospital de Olhos é referência em oftalmologia no Litoral Centro-Norte de Santa Catarina. Une tecnologia de ponta aos mais modernos equipamentos do mercado, com uma infraestrutura completa para acolher o paciente em todas as etapas do atendimento ocular. No mesmo local, são realizadas consultas, exames, cirurgias e adaptação de lentes. É reconhecido pelo atendimento humanizado e pela excelência em cuidado visual em cada detalhe. 

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