Procedimentos como ablação e quimioembolização são indicados para pacientes com tumores causados por infecções crônicas no fígado, que seguem com alta taxa de subdiagnóstico no país
As hepatites virais são doenças silenciosas que, quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves, como cirrose e câncer hepático. No Julho Amarelo, campanha nacional de conscientização sobre as hepatites virais, a SOBRICE (Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular) reforça a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento médico.
Dados do Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, mostram a dimensão do problema no Brasil:
- Cerca de 520 mil pessoas têm hepatite C, mas ainda não sabem;
- Até 2022, aproximadamente 150 mil pacientes foram diagnosticados, tratados e curados da hepatite C;
- Estima-se que 1 milhão de brasileiros vivam com hepatite B, sendo que 700 mil ainda não foram diagnosticados;
- No mesmo período, 264 mil pessoas foram diagnosticadas com hepatite B e 41 mil estavam em tratamento.
Segundo especialistas, uma das principais consequências das hepatites virais crônicas é o desenvolvimento de tumores hepáticos. A boa notícia é que, atualmente, existem técnicas minimamente invasivas que permitem o tratamento eficaz desses tumores, com menos riscos e recuperação mais rápida.
Duas dessas alternativas são oferecidas por radiologistas intervencionistas:
- Ablação percutânea: de caráter curativo, o procedimento destrói diretamente o tumor usando calor aplicado por uma agulha especial, guiada por imagem.
- Quimioembolização: indicada para casos mais avançados ou como etapa intermediária para o transplante de fígado, bloqueia os vasos que alimentam o tumor, combinando medicamentos quimioterápicos que reduzem a lesão sem agredir significativamente o fígado saudável.
“Essas duas técnicas, quando bem indicadas, são seguras e eficazes, sendo realizadas, na maioria das vezes, sem necessidade de internação hospitalar. A ablação é indicada como primeira opção nos casos iniciais, podendo substituir a cirurgia para remoção do tumor. Já a quimioembolização é frequentemente indicada para pacientes que aguardam o transplante de fígado, entre outras situações”, explica o Dr. Lucas Monsignore, radiologista intervencionista e presidente da SOBRICE.
Os procedimentos são guiados por imagens em tempo real, o que aumenta a precisão, reduz os riscos e acelera a recuperação dos pacientes.
Sobre a SOBRICE
A SOBRICE - Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular, nasce do Clube dos Angiografistas, um encontro científico informal entre profissionais da área para discutir casos clínicos. E é este espírito que a associação, fundada em 1997, mantém ao conectar os médicos intervencionistas, promovendo o intercâmbio de experiências, a inovação das práticas e a divulgação da radiologia intervencionista junto à sociedade.
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