Animais do Pantanal foram criados com crochê, pelas mãos da artista Alice Pereira e de mulheres pantaneiras


 
Com animais de crochê criados em tamanho real, pelas mãos da artista Alice Pereira e de mulheres pantaneiras, a exposição Pantanal Brincante propõe uma experiência interativa para o público conhecer o bioma de forma sensorial, afetiva e lúdica. Capivaras, jacarés, onça-pintada e o lendário minhocão compõem a instalação, que faz parte da programação do Mês do Meio Ambiente do Sesc Pantanal e pode ser visitada gratuitamente até agosto, no Bosque do Sesc Poconé.
 
A exposição propõe uma trilha visual que revela símbolos do território pantaneiro. O espaço pode ser tocado, percorrido e transformado pelo visitante, que se torna parte ativa da experiência, em constante interação com o ambiente. O destaque da mostra são os animais confeccionados em crochê, criados artesanalmente por mulheres pantaneiras durante oficinas no próprio Sesc Poconé. A partir da orientação da artista visual e artesã Alice Pereira, as participantes deram forma à fauna pantaneira com fios e agulhas, unindo tradição manual, identidade local e expressão artística.
 
Para a gerente-geral do Polo Socioambiental Sesc Pantanal, Cristina Cuiabália, a exposição é um convite para estar ao ar livre, a interagir com a natureza de forma saudável e divertida. “Ao brincar no Bosque do Sesc Poconé, despertamos nossos sentidos, desconectamos das telas e fortalecemos nosso bem-estar. É saúde, é pertencimento, é arte tocando nosso corpo e nossa mente. E isso tem tudo a ver com o que somos: natureza”, completou.
 
Uma das autoras das obras em crochê é a poconeana Solange Oliveira e Silva, de 38 anos. Ela confeccionou o jacaré da mostra e relata como o processo foi além da arte e a ajudou a passar por uma fase sensível da vida.
 
“Estava passando por uma fase difícil, com minha irmã muito doente, e minha sogra me inscreveu no curso. Comecei a fazer os amigurumis e fui ganhando vida junto com eles. Era como uma terapia. Quando via o bonequinho tomando forma, me sentia melhor e me apaixonei por essa arte. O amigurumi é um desafio, mas com vontade, a gente consegue. E esse trabalho aqui mostra isso: que a gente é capaz, que a arte transforma”, compartilhou a pantaneira emocionada.
 
Essa é a primeira exposição de Alice e um marco histórico em sua vida. “Sempre me entendi como arte manualista, professora de crochê e tricô, mas transformar essas técnicas em arte foi uma experiência sublime. Hoje, posso compartilhar com a comunidade algo que nasceu de muitas mãos, assim como o Pantanal é cuidado por muitas mãos”, conta Alice.
 
Com essas obras, explica a artista, cada pessoa pode experimentar o crochê de maneira diferente do que conheceram pelas avós. “Aqui, é possível deitar-se, abraçar, tocar e cuidar dessas obras. Por meio de uma trilha afetiva e visual, queremos reforçar o vínculo entre os habitantes e o território, celebrando a riqueza do Pantanal e a identidade cultural da comunidade de Poconé”, completou. Além das criações em crochê, a mostra apresenta outros elementos inspirados na flora e nos símbolos culturais do Pantanal.