Assim como o santo soube insistir e encontrar novos caminhos para transmitir sua mensagem, as empresas precisam aperfeiçoar sua comunicação para garantir alinhamento, eficiência e perenidade.

Santo Antônio, padroeiro da Itália, conhecido pela defesa dos pobres e por possuir boa oratória, tem uma longa lista de milagres. Mesmo sendo bom de papo, nem sempre teve sucesso. Dentre os milagres atribuídos ao santo, chama a atenção o episódio da pregação aos peixes. Quando homens se recusaram a ouvi-lo, ele teria pregado aos peixes, que surgiram em grande número para o sermão.

Isto convida à reflexão sobre como o “milagre da comunicação” de Santo Antônio tem grande conexão com a necessidade de uma comunicação corporativa eficaz para a transformação das empresas. A repetição das mensagens traz mais do que perfeição e alinhamento; ela traz permanência.

Quando a estratégia fica apenas na cabeça do dono

Em muitas empresas, os processos, regras e valores não são entendidos, e muito menos difundidos de forma clara e compartilhada em todos os níveis da hierarquia. Principalmente em PME, onde há hiatos importantes de senioridade nas estruturas organizacionais, a estratégia e a gestão acabam ficando concentradas na cabeça do "dono". Não é difícil entender o malefício e a ineficiência que isso gera na operação da empresa.

Se não comunicamos para onde vamos, como alinhar os recursos, tempos, movimentos e prioridades das equipes? Outro desdobramento essencial da comunicação é a divulgação das regras e dos indicadores de desempenho: o que se espera medir nos departamentos e nos indivíduos, para que seja possível premiar setores e equipes com base em políticas claras, alçadas bem definidas, papéis e responsabilidades determinados, além de métricas e indicadores operacionais e financeiros consistentes.

Comunicação clara: o verdadeiro motor da eficiência e da perenidade

Não precisa ser santo para fazer milagres. Saber para onde vamos, coletivamente, e como vamos, adotar gestão à vista e comunicação clara, gera valor para a empresa, objetividade na cobrança dos colaboradores, facilidade de medir desvios e rever prioridades. Tudo isso cria momentum para a eficiência, melhora os resultados e fortalece a perenidade dos negócios.

Que tal pregarmos um pouco hoje?

***Marco França é sócio-fundador da Auddas, engenheiro pela PUC/RJ e possui MBA pela Coppead.