Entenda como as alterações hormonais impactam a saúde mental feminina e descubra estratégias eficazes para restaurar o equilíbrio durante essa fase
Durante a menopausa, muitas mulheres enfrentam um paradoxo silencioso: enquanto o corpo desacelera, a mente parece acelerar. A ansiedade, que pode surgir ou se intensificar nesta fase, provoca uma sensação constante de agitação mental, mesmo quando o corpo sinaliza cansaço e necessidade de pausa. Essa desconexão entre corpo e mente é mais comum do que se imagina e impacta profundamente a qualidade de vida da mulher madura.
“É como se a mente estivesse sempre em estado de alerta, mesmo em situações que não oferecem risco real. Essa hiperatividade mental pode levar ao esgotamento emocional e comprometer o dia a dia da mulher”, explica a nutricionista e chef de alimentação saudável Dra. Giovanna Agostini, especialista em climatério e menopausa. Segundo ela, sintomas como insônia, dificuldade de concentração, palpitações e sensação de urgência são manifestações típicas desse desequilíbrio.
Muitas mulheres, no entanto, não associam esses ocorridos à menopausa e acabam normalizando o sofrimento. “O primeiro passo é reconhecer que a ansiedade pode sim ser um reflexo da transformação hormonal. Buscar ajuda especializada permite agir com mais clareza e eficiência sobre os sintomas”, pontua a especialista.
Uma das estratégias mais eficazes nesse processo é o cuidado com a alimentação. Nutrientes como magnésio, triptofano e vitaminas do complexo B, presentes em alimentos como banana, aveia, castanhas, ovos e cacau puro, contribuem para a produção de neurotransmissores que regulam o humor. “Escolhas alimentares conscientes melhoram os níveis de energia e favorecem uma estabilidade emocional mais duradoura”, afirma a Dra. Giovanna.
Outro recurso natural e acessível são os chás calmantes. Opções como camomila, melissa, lavanda, folha de maracujá e valeriana contêm compostos com leve efeito ansiolítico e sedativo. Eles ajudam a acalmar o sistema nervoso, melhoram o sono e promovem sensação de relaxamento. “Incluir chás na rotina noturna é uma forma simples de autocuidado que favorece o bem-estar, especialmente em um corpo mais sensível às mudanças hormonais”, orienta a especialista.
Além disso, a prática de atividade física regular tem impacto direto sobre a saúde mental. Exercícios como caminhada, ioga ou alongamentos estimulam a liberação de endorfinas, substâncias associadas à sensação de prazer e calma. Estabelecer horários regulares para dormir, reduzir o uso de telas à noite, evitar cafeína no fim do dia e adotar técnicas de respiração profunda também são atitudes eficazes para desacelerar a mente.
Em casos mais persistentes ou intensos, o acompanhamento profissional é essencial. “Se mesmo com ajustes no estilo de vida os sintomas não melhorarem, é importante investigar. Suplementação individualizada, psicoterapia, em alguns podem ser necessárias. Cada mulher tem um ritmo próprio e merece um cuidado personalizado”, conclui a Dra. Giovanna Agostini.
AI
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