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100 pessoas esperam por UTI em MT e profissionais já escolhem quem atender


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Ao menos 102 pessoas infectadas pela Covid-19 em estado grave aguardam leito em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Mato Grosso até essa sexta (12). Informação foi confirmada ao  pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). Cenário evidencia o colapso na saúde do estado, que até quinta (11) tinha taxa de ocupação de 96,43% para os leitos intensivos.

P U B L I C I D A D E

Médicos, enfermeiros e profissionais que atuam na linha de frente contra o vírus relatam que a denominada “2ª onda” da pandemia veio mais forte do que a primeira. Isso porque, na maioria dos casos, pacientes já procuram o pronto atendimento em estado grave e precisam ser encaminhados para UTI.

Conforme pontuou a clínica geral Maíra Sanches Silva, de 27 anos, que atua no Hospital São Benedito, em Cuiabá, fila de espera para uma vaga de leito intensivo é maior do que um ano atrás. Central de Regulação liga constantemente para saber se existe algum paciente com possibilidade de alta. A resposta, contudo, quase sempre é negativa.

“É uma sensação ruim saber que não tem vaga e que têm pessoas que precisam dela e não têm o que fazer. Mudou o perfil do paciente. Temos recebido pacientes mais jovens do que na primeira vez. Ano passado, as pessoas tinham mais medo e entendiam mais a necessidade de não ter contato social, de se manter isolado o quanto for necessário, de sair para fazer somente as coisas essenciais e se manter em casa o restante do tempo”, disse.

No mesmo sentido, o fisioterapeuta Fábio Simões da Silva, de 45 anos, que trabalha na unidade intensiva do Hospital Universitário Júlio Müller, afirmou que existe um colapso na assistência, já que não têm vagas para que todos os pacientes mais graves sejam atendidos.

É uma sensação ruim saber que não tem vaga e que existem pessoas que precisam dela e não têm o que fazer

Maíra Sanches, clínica geral

“Os que não estão intubados estão muito cansados, com a respiração ofegante, precisando de oxigênio, de fisioterapia e aparelho que ajude a melhorar a respiração. Os que estão intubados são o que têm mais preocupação. São os que agravaram mais e os que têm risco de mortalidade maior”, afirmou.

Vírus resistente

Enfermeira intensivista do Hospital Estadual Santa Casa, Michelle Soubhia Alonso, percebeu que os quadros começaram a agravar com mais rapidez. Se antes em média durava de 5 a 7 dias, hoje o que se percebe é que em 2 dias os pacientes infectados morrem. Ela atribui tal fator à resistência do vírus.

“Se é a variante ou não, não tem como saber. A gente sabe que ela existe e não tem como comprovar de fato se todos os pacientes estão infectados com ela ou não. Mas que ela veio com força, veio. São pessoas que não têm nenhuma doença prévia e, infelizmente, não conseguem sobreviver”, alertou.

“A falta de leitos está muito grande. A gente percebe que não vai conseguir conciliar isso, que a gente vai precisar escolher o paciente para colocar na UTI. Qual é mais grave e qual não é para poder receber esses leitos. Hospitais lotados. Está em colapso. Essa segunda onda veio pior ainda. A gente ainda está em colapso e a situação não pode chegar no limite”, finalizou.

Rede particular

Assim como na rede pública, rede particular de Cuiabá já atua no seu limite. Conforme divulgou o , em alguns hospitais já não existem mais leitos. Como é o caso do Hospital São Matheus, que tem 32 UTIs e 57 enfermarias exclusivas para atender pacientes com Covid-19. Todos estão ocupados.

De acordo com o Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Mato Grosso (Sindessmat), taxa de ocupação dos leitos intensivos nos hospitais particulares da capital está em 97%. Estuda-se a possibilidade da abertura de mais vagas.

(RD NEWS)

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