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Agronegócios

Jovens africanos recebem treinamento em processamento e pós-colheita no interior da Bahia


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O “Workshop em processamento e pós-colheita em mandioca” é realizado pelo Instituto Brasil África (Ibraf), financiado pelo Fundo Internacional para Desenvolvimento Agrícola (Fida) da Organização das Nações Unidas (ONU) e executado pela equipe técnica da Embrapa Mandioca e Fruticultura.

P U B L I C I D A D E

O grupo é formado por sete administradores de pequenos negócios no setor de mandioca – três de Gana, dois de Camarões, um da Nigéria e uma da Costa do Marfim, que chegam ao Brasil no próximo dia 18. São mulheres e homens relativamente jovens, beneficiários de projetos do Fida e apaixonados pela transformação sustentável da agricultura.

“Eles vêm de países onde as mudanças climáticas têm impactado na produção agrícola e na subsistência das famílias rurais, levando muitos jovens a deixarem o campo em busca de uma vida melhor em áreas urbanas. Nós queremos reverter essa tendência empoderando jovens das zonas rurais com conhecimentos e habilidades para tornar a agricultura mais sustentável e um mercado mais atrativo às novas gerações”, ressalta Amath Pathe Sene, líder ambiental e climático do Fida para a África Ocidental e Central e facilitador do intercâmbio dos participantes.

Durante os três dias de curso, os participantes vão receber informações sobre processamento de mandioca. “O objetivo é que eles se tornem agentes multiplicadores das tecnologias que vão ser mostradas aqui, uma vez que todos têm ligação com a atividade rural”, afirma o pesquisador Joselito Motta, um dos coordenadores do treinamento.

Na manhã do dia 19, o grupo assiste a palestra e oficina sobre oportunidades de utilização e processamento das raízes da mandioca, realizadas por Motta, e recebem orientações sobre processamento e presença de compostos cianogênicos, que são compostos químicos que podem causar intoxicação quando ingeridos acima do nível máximo de ingestão recomendado. Pela tarde, haverá demonstração prática de processamento mínimo no Laboratório de Ciência e Tecnologia de Alimentos, com procedimentos de higiene e sanitização das raízes. “Serão mostradas algumas alternativas com as variedades de mesa, como chips, mandioca palito e raízes pré-cozidas e congeladas com empacotamento a vácuo”, declara Motta.

No dia 20, vão ser realizadas visitas técnicas a unidades de processamento de derivados de mandioca em Cruz das Almas (beijus), Maragojipe (embalagem de raízes a vácuo entregues para a merenda escolar do município) e Tancredo Neves, onde vão conhecer a Cooperativa de Produtores Rurais de Presidente Tancredo Neves (Coopatan), que processa raízes para produção de farinha e massa para bolos e vende raízes empacotadas a vácuo para uma grande rede de supermercados em Salvador.

O treinamento em Cruz das Almas é realizado no âmbito do programa Youth Technical Training Program (YTTP) do Instituto Brasil África. “O YTTP promove o intercâmbio de jovens africanos para o Brasil, para que eles sejam capacitados em áreas como agricultura e tecnologia. Nosso objetivo é que os grupos aprendam com a expertise brasileira e voltem para os seus países de origem para replicar os conhecimentos adquiridos”, explica o presidente do Ibraf, professor João Bosco Monte.

Esta é a segunda sessão do YTTP realizada em parceria com a Embrapa. No ano passado, 28 jovens de 14 países africanos passaram um mês em Cruz das Almas recebendo treinamento sobre a cadeia produtiva e de beneficiamento da mandioca.

Logo após o encerramento do curso, os participantes e representantes do Fida e da Embrapa viajam para Salvador para participar do 6º Fórum Brasil África, nos dias 22 e 23 de novembro. O Fórum é realizado pelo Instituto Brasil África e tem como tema “empoderamento juvenil: transformações para alcançar o desenvolvimento sustentável”.

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