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Intolerância à lactose: 7 mitos que precisam ser esclarecidos


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Sabe aquela sensação de que um determinado alimento não “caiu bem”? Barriga estufada, gases, dores abdominais, e até mesmo náuseas e vômitos. Talvez você já tenha sentido algo parecido após as refeições. A maioria das pessoas costuma ignorar o incômodo, como se tudo não passasse de um simples mal-estar. Mas atenção: por trás desses sintomas, pode estar o diagnóstico de intolerância à lactose, condição que merece atenção.

P U B L I C I D A D E

O problema de saúde surge quando o organismo não consegue digerir a lactose, um açúcar encontrado no leite e em outros produtos lácteos, devido à ausência ou deficiência de uma enzima chamada lactase.

Quem sofre com a intolerância à lactose costuma sentir os incômodos gastrointestinais cerca de trinta minutos a duas horas após uma refeição com leite ou derivados, podendo variar de acordo com o organismo e quantidade de lactose ingerida. Dores abdominais, diarreia, gases, inchaço, cólicas e sensação de estufamento são alguns dos sintomas mais comuns.

Mesmo assim, é possível conviver com a intolerância à lactose sem fazer uma dieta radicalmente restrita, equilibrando saúde e sabor durante as refeições. Em primeiro lugar, é preciso confirmar o diagnóstico com um médico e realizar exames específicos em caso de desconfortos recorrentes, principalmente após ingerir derivados do leite.

Separamos alguns mitos da intolerância à lactose que precisam ser esclarecidos agora mesmo. Saiba mais:

Você nunca mais poderá comer derivados do leite?

Quem tem intolerância à lactose não precisa cortar da dieta todo e qualquer alimento derivado do leite. A solução, nesse caso, é a suplementação enzimática, feita com a ingestão de comprimidos prontos para consumo, minutos antes das refeições permitindo que a pessoa possa comer esses alimentos. Isso porque o suplemento contém a enzima lactase, que consegue digerir a lactose.

A ingestão desta enzima promove a adequada quebra da lactose, com redução do desconforto gastrointestinal, possibilitando o consumo de laticínios em indivíduos intolerantes ou com restrições ao consumo de lactose.

Os comprimidos devem ser tomados minutos antes de ingerir leite e seus derivados (produtos lácteos), melhorando a digestão do açúcar presente no leite.

A suplementação enzimática permite que o organismo absorva nutrientes importantes para a saúde e que devem ser mantidos na alimentação, como cálcio, vitamina D, vitamina B12 e proteínas, todos eles encontrados no leite e alimentos derivados.

Todo mundo sabe que tem intolerância à lactose?

Na primeira infância, o organismo conta com uma boa dose de enzima lactase para digerir o leite materno, fonte primária de nutrição dos bebês. Conforme a criança cresce e outros alimentos são adicionados à dieta, ocorre a redução da lactase no intestino, o que pode causar a intolerância. Por isso, é normal desenvolver o problema de saúde ao longo da vida, ainda que muita gente não saiba disso.

Estima-se que três a cada dez brasileiros apresentem desconfortos gastrointestinais – mas apenas 1% dos casos tem o diagnóstico confirmado. Os sintomas, como gases, dores abdominais e diarreia, podem ser confundidos com outras enfermidades e situações. O quadro só é confirmado após a realização de exames médicos.

A confirmação do diagnóstico de intolerância à lactose permite que os pacientes vivam com mais qualidade de vida e conforto, sem dispensar os nutrientes que estão presentes em alimentos lácteos através da suplementação enzimática.

Só leite de vaca contém lactose?

A lactose é, de fato, o principal açúcar presente no leite de origem animal. A questão é que a bebida é a base de muitos outros alimentos que consumimos diariamente, muitas vezes sem nos darmos conta. Queijos, bolos, massas, pães, manteigas, molhos, biscoitos, requeijão e sorvetes e até embutidos (salames e salsichas), são alguns exemplos de produtos que, após consumidos, podem causar dores abdominais, gases e diarreia em pessoas com intolerância à lactose.

O problema passa depois de um tempo?

Na verdade, ocorre justamente o oposto com a intolerância à lactose. É no decorrer da vida que o problema de saúde pode se agravar, com a queda da produção de enzima lactase pelo intestino delgado. Normalmente, o organismo digere melhor o açúcar do leite na infância. Isso muda com o tempo, conforme acrescentamos outros nutrientes e alimentos à dieta do dia a dia, substituindo o leite.

É comum, portanto, que adultos e idosos desenvolvam algum nível de intolerância ao leite e derivados na maturidade. Além disso, doenças intestinais, como a celíaca e a gastroenterite, e cirurgias podem causar a intolerância à lactose no organismo.

A condição não tem uma solução definitiva, mas pode ser aliviada com o uso da suplementação enzimática. A ingestão da enzima antes das refeições consegue “quebrar” o açúcar presente nos alimentos lácteos durante a digestão, para que não haja fermentação e desconforto após as refeições.

Além de ter eficácia comprovada cientificamente e contar com a recomendação de médicos e especialistas, a enzima em comprimidos é acessível e prática em qualquer situação, já que não precisa ser dissolvida. Com essa suplementação, intolerantes à lactose podem consumir alimentos à base de leite normalmente, pois a enzima lactase auxilia na digestão da lactose.

Intolerância à lactose não traz riscos à saúde?

A fórmula mágica, escrita dessa forma, parece simples: se leite e derivados causam desconforto gastrointestinal, basta eliminá-los completamente da dieta, certo? E é isso que muitas pessoas com suspeita de intolerância à lactose acabam fazendo, sem se dar conta dos riscos que a medida pode acarretar à saúde, ainda que em longo prazo.

O leite e seus derivados contêm nutrientes e vitaminas fundamentais para o nosso organismo, como proteínas, vitaminas D e B12, cálcio e riboflavina. A ausência desse alimento na dieta pode levar à desnutrição, perda de peso, perda de massa óssea, cãibras e deficiência de cálcio, entre outras complicações.

Intolerância e alergia ao leite são a mesma coisa?

Alguns sintomas são semelhantes e têm como causa principal o mesmo agente, leite e seus derivados. Mesmo assim, intolerância à lactose e alergia ao leite são condições diferentes, que necessitam de intervenções específicas. Como explicamos anteriormente, a intolerância é causada pela ausência da enzima lactase no organismo, impossibilitando a digestão do açúcar próprio do leite, a lactose.

A alergia, por sua vez, é uma resposta exagerada do sistema imunológico a um corpo que é considerado “estranho” pelo organismo – nesse caso, as proteínas presentes no leite. Com a alergia, o corpo tenta combater as “proteínas agressoras”, desencadeando uma série de reações adversas, como diarreia, distensão abdominal, sintomas respiratórios, lesões na pele, gases, entre outros.

Leite não é importante na fase adulta?

leite é importante em todas as fases da vida, da infância à terceira idade, ao contrário do que muitos acreditam. Rico em cálcio, o alimento cuida principalmente da saúde dos dentes e dos ossos, prevenindo a osteoporose. As proteínas presentes no leite também têm um papel fundamental na formação e manutenção dos músculos, além de melhorar processos de cicatrização do organismo.

Além do mineral cálcio, vitaminas enriquecem o leite e fazem toda a diferença em nossa alimentação, como a vitamina A e a vitamina D, que estimulam o crescimento de ossos fortes e saudáveis. O alimento e seus derivados também contam com vitaminas do complexo B, que estão ligadas ao bom funcionamento do sistema nervoso e à sensação de bem-estar. Ou seja, motivos para consumir o alimento não faltam, basta querer e encontrar a melhor alternativa para a sua dieta.

Fontes e referências:

1 – Misselwitz B, Pohl D, Frühauf H, Fried M, Vavricka SR, Fox M. Lactose malabsorption and intolerance: pathogenesis, diagnosis and treatment. United European gastroenterology journal 2013; 1: 151-9.

2 – Di Rienzo T, D’Angelo G, D’Aversa F, et al. Lactose intolerance: from diagnosis to correct management. European review for medical and pharmacological sciences 2013; 17 Suppl 2: 18-25.

3 – Mattar R, Mazo DFC. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular. Revista da Associação Médica Brasileira 2010; 56: 230-6.

4 – Francesconi CF, Machado MB, Steinwurz F, et al. Oral administration of exogenous lactase in tablets for patients diagnosed with lactose intolerance due to primary hypolactasia. Arq Gastroenterol. 2016 Oct-Dec;53(4):228-234.

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