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Inspirado em música do Emicida, artista plástico do Acre retrata Deus como uma mulher negra em quadro


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Quadro faz parte da exposição ‘Origens’, do Tribunal de Justiça do Acre. Ama de leite representa Deus em pintura feita pelo artista.

P U B L I C I D A D E

Quando disser que vi Deus, ele era uma mulher preta”. O trecho que compõe a música “Mãe” do cantor Emicida virou quadro pelas mãos do artista plástico acreano Gabriel Rodrigues.

Coincidentemente, durante a quinzena da Mulher Negra, ele estreia a exposição “Origens” no hall das Câmaras Cíveis e Criminal do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), em Rio Branco, e um dos quadros que mais chamam atenção é a representação de Deus através de uma ama de leite negra.

Na música que inspirou a pintura, Emicida fala sobre a luta da mãe até se tornar artista plástica e cita percalços e preconceitos que a mulher negra ainda enfrenta na sociedade. Assim como a melodia, Rodrigues conta que quis estimular a reflexão sobre as questões sociais e raciais.

“A representação que temos de Deus é de um homem branco. E se ele fosse uma mulher negra? Será que sofreríamos com racismo e misoginia? Esses questionamentos, ele [Emicida] levanta na obra e eu trouxe isso pra pintura, trazendo a imagem da ama de leite, que foram as mulheres que realmente levaram esse país, alimentaram o país com o seu seio, seria a nossa pátria amada?”, pontua Rodrigues.

A exposição tem 17 pinturas que retratam a construção do brasileiro. O artista diz que o quadro especificamente quer levar mais representatividade aos negros e não descarta, posteriormente, ter um trabalho somente sobre o tema.

 Obras estão expostas no Tribunal de Justiça do Acre a partir desta quinta-feira (26) (Foto: Gabriel Rodrigues/Arquivo pessoal)

Obras estão expostas no Tribunal de Justiça do Acre a partir desta quinta-feira (26) (Foto: Gabriel Rodrigues/Arquivo pessoal)

“As mulheres negras estão na construção da nossa história, mas infelizmente não tiveram uma representatividade, então hoje os movimentos sociais procuraram essa representatividade e a pintura é uma forma de levantar esses questionamentos. Uma forma didática de trazer toda essa reflexão”, defende.

A exposição foi aberta ao público nesta quinta-feira (26) e segue até metade de agosto. São 17 quadros e alguns estão à venda. Os preços variam de R$ 330 a R$ 1 mil. Os trabalhos foram feitos pelo artista nos últimos cinco anos.

“São quadros que remetem à construção histórica do nosso estado, então percebi, ao longo do meu trabalho, que as minhas origens eram a de todo povo brasileiro. Então, tem quadros que remetem a várias etnias, nordestina, negra – umas origens comuns que todos os brasileiros compartilham”, finaliza.

Sobre o autor

Além de artista plástico, o autodidata Gabriel Rodrigues é formado em direito pela Universidade Federal do Acre (Ufac) e atualmente trabalha na Procuradoria Jurídica da Empresa Municipal de Urbanização de Rio Branco (Emurb).

Desde 2015 atua profissionalmente na área de artes plásticas, fazendo encomendas para pessoas interessadas em seus quadros, porém, na infância já tinha contato com as artes. As obras dele são feitas basicamente com lápis de cor. O artista falou mais sobre o seu trabalho

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